Que guarda entre os seus cômodos vazios,
Vultos, sonhos e os anseios mais sombrios
Que de uma criatura singular é de direito?
Que dores percorrem o corredor estreito
E separa o imóvel como margens de um rio?
Qual foi o erro ou desengano que fez vazio
O espaço outrora alegre que envolve o leito?
Casa vazia. Triste como qualquer casa vazia.
Casa que apagou o sorriso de quem se ria
E se trancou com portas e janelas gradeadas.
Casa vadia. Triste como qualquer casa vadia,
Mas nas paredes ainda há quadros e fotografias
Enquanto a vida roda e continua na calçada.
Danilo del Monte
* imagem: "Where Light Should Be Darkness by Krush"
Meu peito está cheio de cômodos vazios... a saudade ecoa lá dentro...
ResponderExcluirIdentifiquei-me tanto com seu soneto que o postei em meus 03 blogs... assim me sinto... uma casa trancada e a vida correndo lá fora...
Beijos meus, com carinho.
Belo Soneto!
ResponderExcluir"Que tipo de casa suburbana é o meu peito?" Muitas vezes me faço a mesma pergunta...