quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

EGOÍSMO EM REDONDILHA

Há de haver como escapar,
Um modo de por fim
Nessa sina de sonhar
E viver somente em mim.

Queria poder falar
Sobre a lua que sorri
Ou estrelas a brilhar.
Mas como, se a lua bela
Sorri só por me chamar
E as estrelas na janela
Brilham pra me ver sorrir
Ou para me ouvir cantar?

Eu conduzo a sinfonia.
Sou o ator e o diretor
Quando a arte ganha a tela.
Sou o príncipe e a donzela,
E quando a cena é de amor,
Eu que faço a maestria.
Crio a letra e a melodia
E retoco uma aquarela.

Eu escrevo a obra prima
Que faz o leitor chorar.
Como vou me abandonar
Se dou passe e faço gol?
Se o que o artista declamou
É meu verso e minha rima
Que sob algo que alucina
Eu inventei de inventar?

Há de haver como escapar,
Um modo de por fim
Nesse meu pobre almejar
De que o mundo acabe em mim.

Danilo del Monte

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