Há de haver como escapar,
Um modo de por fim
Nessa sina de sonhar
E viver somente em mim.
Queria poder falar
Sobre a lua que sorri
Ou estrelas a brilhar.
Mas como, se a lua bela
Sorri só por me chamar
E as estrelas na janela
Brilham pra me ver sorrir
Ou para me ouvir cantar?
Eu conduzo a sinfonia.
Sou o ator e o diretor
Quando a arte ganha a tela.
Sou o príncipe e a donzela,
E quando a cena é de amor,
Eu que faço a maestria.
Crio a letra e a melodia
E retoco uma aquarela.
Eu escrevo a obra prima
Que faz o leitor chorar.
Como vou me abandonar
Se dou passe e faço gol?
Se o que o artista declamou
É meu verso e minha rima
Que sob algo que alucina
Eu inventei de inventar?
Há de haver como escapar,
Um modo de por fim
Nesse meu pobre almejar
De que o mundo acabe em mim.
Danilo del Monte
muito boa msmo, sem palavras! te adoro primo!
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