segunda-feira, 11 de abril de 2011

OS VENENOS



O veneno que de fora me corrói por dentro
É o mesmo que mantém minha existência. 
É o fogo, é a água, a letra e a dependência, 
E todos vêm de longe a me atingir o centro.

O veneno que de dentro me corrói por fora
Também, como o outro, me dá sobrevivência.
Do sentir, o mal. Do pensar é a conseqüência,
Como erguer e destruir a casa onde se mora.

E é assim, rodando no olho de um furacão
Ao mesmo tempo em que se vê tudo de fora
Que me divido ao meio entre o sim e o não.

O veneno soberano que vive em mim aflora...
Só mesmo os outros em conjunto dão a solução
Para a madrugada em que não se espera aurora.


Danilo del Monte

Nenhum comentário:

Postar um comentário