sábado, 18 de junho de 2011

È STRANO... È STRANO

É estranho como se atreve
A primeira nota assim como se atrevem
Todos os sentidos a parar.
É estranho não como me sinto,
Mas como, ao tocar as sete irmãs,
Simplesmente deixo de me sentir.

Misterioso...
Misterioso altero
Croce e delizia al cor.

É estranho como eu vejo a música
Que se ergue sublinhando o tudo,
Deixando a minha mente rodar o nada,
Saindo pelos instrumentos
Como algo indefinido, incerto,
Totalmente belo e estranho.

Enquanto ando sob a noite
Os dedos de um mago polonês misterioso
Me acariciam os ouvidos.
Sete irmãs combinam com a noite
Que combina com a lua
Que combina com minha solidão.

Misterioso...
Misterioso, altivo,
Martírio e delícia para o coração.

É estranho como tudo se comove.
Mesmo as paredes, mesmo os lustres,
Mesmo bancos se umedecem com algo
Que em humanos seriam lágrimas,
Não muito diferentes dessas que me saltam
Agora pelos olhos e que não tento esconder.

É estranho e assustador
Sentir como sete irmãs de assalto
Tomam a razão e a substituem por algo
Muito mais suportável e genuíno,
Carregando todo vestígio de lucidez
Ao passo que devolve alguma outra coisa
Que se perdeu pelo caminho.

Misterioso... Estranho...
Martírio e delícia para o coração.

Danilo del Monte


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