segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

CASA DE FERREIRO




E se os versos, de repente, já não forem falsos?
Quanto tempo tentando decifrar segredos...
Enquanto senhor de mim, caminhei descalço
Porque de acostumar os pés à bota tive medo.

Do mundo não se escapa, estamos juntos,
E agora entendo a fundo a desgraça dos poetas.
Dou menos valor a desatinos e delírios oriundos
Da náusea da qual a imaginação anda repleta.

Agora entendo os desafortunados da canção,
Perdidos, todos, como fossem estrangeiros.
Se agora já é hora, então solta a minha mão.
Não vê que meu coração é como a velha casa de um ferreiro?


Danilo del Monte

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