segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

À TUA DECEPÇÃO


Pra que a decepção?
Justo comigo. Justo? Não!
Pra que decepção
Se sabes que a razão
Em mim destrói a ilusão
Do ideal imaginar.

Não à decepção.
Comigo não.
Deixe-me ser, ao menos fingir.
Deixe-me tentar conduzir
A minha sucessão de erros
Sem a tua decepção;

Vi no fundo dos teus olhos claros,
Caros a mim como os de mais ninguém,
Que a minha imagem já se desfazia.
Não é assim, também não tão aquém
De como sempre me enxergara,
Com seus olhos claros
Caros a mim como os de mais ninguém.

Não me negue,
Há quem carregue o pesar do meu olhar?
Nem se decepcione,
Não há no mundo quem tenha esse direito.
Eu tive idéias retas na cabeça,
Hoje trago dores no meu peito.

Que suas palavras continuem a me falar,
Daquele jeito particular, como as de mais ninguém,
Com a mesma força de uma bala de canhão;
E que o seu mirar claro ache um jeito,
Qualquer um, de me olhar,
Não com respeito nem com desprezo,
Talvez nem mais com aquele antigo admirar,
Mas, se não for pedir demais, com o mesmo sorriso são,
Porque bem sabes que eu não posso com a tua decepção.

Danilo del Monte

Um comentário:

  1. Nossa adorei quero uma copia depois nem sabia que voce escrevia tao bem assim uma caixinha de surpresa muito bom .

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