sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

FILHO DE PEIXE



Ele ataca moinhos malfeitores,
Vis monstros invisíveis já matou.
Temo chegar onde ele está, mas vou,
E me bato contra os ventiladores – os da sala.

Naquilo que é cinzento enxergar cores,
Maldição que ele me presenteou,
Mas que não quer ser parte do que sou.
Eu coleciono e tranco em mim as dores – ele espalha.

Ele tem coragem e eu sou covarde
Porque conservo a minha sanidade,
Mesmo que seja assim, a contragosto.

Sem querer, no hospício o encontrei,
Ele cavalga em seu mundo sem lei
Enquanto eu temo abandonar o posto.




Danilo del Monte




* imagem: galeria de Flávio Demarchi

Nenhum comentário:

Postar um comentário