Corre, estou na superfície, não demora,
Que a nossa alegria é por um triz.
Nossa mãe, que pela História ainda chora,
E que mais que mãe, foi professora,
Deu-nos de beber a água de seu chafariz.
Aluna grega, abra os braços.
Teu corpo de rainha junto ao meu de imperatriz.
Tua ginga de plebeia, meu olhar de camponesa.
Nossa malícia de aluna e de atriz...
Vem, que a mesma mão que faz a mesa
É a mão que debaixo da tua pele fogo ateia.
Teu dorso nu, sublime, de sereia.
Tua pele de princesa que princesa quis.
Teu corpo de rainha junto ao meu de imperatriz.
Tua ginga de plebeia, meu olhar de camponesa.
Nossa malícia de aluna e de atriz...
Vem, que a mesma mão que faz a mesa
É a mão que debaixo da tua pele fogo ateia.
Teu dorso nu, sublime, de sereia.
Tua pele de princesa que princesa quis.
Não para. O público para e repara
Minha saia amarrotando tua saia,
Teus dentes arranhando meu nariz.
Afrodite guarda quem te fez tão graciosa,
Guarda a mãe que falava e que era rosa,
E que rosa, encantou-se também com Flor de Lis.
Minha saia amarrotando tua saia,
Teus dentes arranhando meu nariz.
Afrodite guarda quem te fez tão graciosa,
Guarda a mãe que falava e que era rosa,
E que rosa, encantou-se também com Flor de Lis.
Tuas carnes, em mãos minhas, têm espasmos,
E os sussurros, no ouvido, são ardis.
E esses senhores, que nos olham pasmos,
O que querem, tão chocados e febris?
Engravatados e hostis, fazem tanto caso...
Por um deles, um ladrão, nossa mãe foi infeliz.
Minhas carnes em mãos tuas têm espasmos
Na violência dos gestos tão gentis.
O que querem, tão chocados e febris?
Engravatados e hostis, fazem tanto caso...
Por um deles, um ladrão, nossa mãe foi infeliz.
Minhas carnes em mãos tuas têm espasmos
Na violência dos gestos tão gentis.
Danilo del Monte
* imagem: Charles Mengin - Sappho, 1877
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