Sinto que morri.
Padeci em algum leito sujo de um hospital mal preparado.
Senti dores no peito,
Dores no coração,
Senti dores nas articulações do corpo
E nas convicções que trazia em mim.
Padeci em algum leito sujo de um hospital mal preparado.
Senti dores no peito,
Dores no coração,
Senti dores nas articulações do corpo
E nas convicções que trazia em mim.
Sinto que morri
Sem saber contar os dias do meu sofrimento.
Agonizei na invalidez,
Praguejei contra as paredes e fiquei vexado,
Dei escândalo frente à fatalidade
E pedi clemência.
Sem saber contar os dias do meu sofrimento.
Agonizei na invalidez,
Praguejei contra as paredes e fiquei vexado,
Dei escândalo frente à fatalidade
E pedi clemência.
Nesse período pós morte, experimento
Uma sensação de agonia e de realidade
E vejo tudo com menos brilho e mais nitidez.
Trago os meus olhos furados,
Vazados de fora a fora
Por luzes e cacos de vidro,
Enquanto os meus ouvidos pingam
Monotonamente
Notas imaculadas misturadas a sangue coagulado.
Uma sensação de agonia e de realidade
E vejo tudo com menos brilho e mais nitidez.
Trago os meus olhos furados,
Vazados de fora a fora
Por luzes e cacos de vidro,
Enquanto os meus ouvidos pingam
Monotonamente
Notas imaculadas misturadas a sangue coagulado.
Sinto que morri
Completamente abandonado pelas ilusões,
Às vinte e três horas de um dia santo,
No leito sujo de um hospital mal preparado
Onde circunspectos doutores jogam baralho no corredor.
Completamente abandonado pelas ilusões,
Às vinte e três horas de um dia santo,
No leito sujo de um hospital mal preparado
Onde circunspectos doutores jogam baralho no corredor.
- Morto... morto...
Enlouqueci!
Enlouqueci!
Danilo del Monte
imagem:
Edvard Munch - Ao Leito de Morte
Edvard Munch - Ao Leito de Morte
Nenhum comentário:
Postar um comentário